quarta-feira, 29 de julho de 2009

Quando se perde um grande amor!


É tão difícil compreender as emoções quando se rompe uma relação. Às vezes, temos certeza que tudo passou e de repente tudo volta. Como definir se o que sentimos é amor ou não é? Se é saudade ou solidão? Tristeza ou decepção? Posse ou desejo? Perda. Quando se perde um grande amor, muitas dúvidas emergem sob o fundo do sofrimento. Para alguns é um momento de intenso crescimento. Muito se pode aprender, uma aprendizagem que nos faz humildes diante da própria fragilidade. Deparamos-nos com o que é a dor, a impotência diante dos sentimentos, a paciência necessária para esperar passar, pois a dor de amor não passa na velocidade da net, do gigas, dos chips, e o tempo que isso leva é indeterminado, é pessoal e singular. Aceitar os altos e baixos, os enganos, os tropeços, as dúvidas, a falta de controle. Aceitar a não certeza, o não acesso ao que o outro sente e pensa, a incoerência do humano, a fraqueza, o medo, a culpa, o erro que não tem concerto, a marca da mentira e o que fazer com tudo isso? O tempo não volta e as coisas não se apagam, por amor que tentamos, mas nada vai permanecer do jeito que está. A incerteza do futuro corrói, o medo do que virá, a ansiedade pelo novo e desconhecido, a prisão do passado, do familiar, que falta faz, será abstinência? Temos sim abstinência do outro a quem amamos e perdemos, somos forçados a esquecer quando ainda, ainda não estávamos preparados. O choro que insiste em voltar, a vida que segue, e o tempo que insiste em passar, a confusão que não consegue chegar ao fim, tempos distintos, tempos diversos, tempo de cada um. Amor perdido, amor doído, amor esquecido, quando? Quando você está preparado para correr o risco de passar por tudo isso de novo e lembrar da abundância de felicidade num coração que ama, e é também amado...

quinta-feira, 16 de julho de 2009

Psicologia e Psiquiatria, coisa de maluco?


Como primeiro texto, pretendemos fazer um breve esclarecimento e suscitar questionamentos a respeito de um tema que consideramos fundamental, a relação entre Psicologia e Psiquiatria.
“Eu não preciso de Psicólogo, isso é coisa para quem não tem o que fazer!” “Psiquiatra é coisa para gente doida!”...
Quem nunca ouviu uma afirmação desse tipo, pelo menos uma vez na vida?
Pois é, lamentavelmente, em pleno século XXI, com tanta informação disponível, ainda há muitas dúvidas a cerca desses profissionais. Como atuam? Em que consiste o tratamento? São algumas das muitas perguntas que cabem nesse contexto.
Em primeiro lugar é necessário diferenciar psicologia de psiquiatria.
A Psicologia vem das Ciências Humanas, surge a partir da Filosofia, e hoje ocupa lugar, às vezes indefinido, sendo em algumas capitais do Brasil, considerada com pertencente à área da saúde. Saúde compreendida não só com um corpo saudável, mas como saúde da pessoa, vista como organismo vivo, em processo, em mudança.
A Psiquiatria pertence ao campo da Medicina, é uma especialidade médica. Interfere no humano via fármacos (remédios), que provocam alterações químicas, e agem nos neurotransmissores, alterando percepções e comportamentos.
A Psicologia se utiliza da relação terapêutica como recurso de tratamento. Produz um espaço onde a pessoa tem a oportunidade de se ouvir, de pensar sobre si, sobre o lhe acontece, de vivenciar sua história em um ambiente seguro e acolhedor. Isso possibilita a implicação no seu processo, se apropriando do seu potencial e responsabilidade pela sua vida, por suas transformações.
De fato, percebe-se que a Psicologia transita entre as Ciências Humanas e da Saúde. Isso configura um dos desafios que permeiam essa área de atuação. Como entender o ser humano: através de seu corpo ou pela sua cultura? Pelos seus sintomas ou pela forma como se estrutura no seu meio?
Atualmente a perspectiva de tratamento caminha para uma integração das diversas dimensões que compõe o ser humano e o seu processo de adoecimento.
Existem muitas correntes teóricas dentro da psicologia: Psicologia Analítica, Gestalt-terapia, Psicanálise, Psicologia Cognitiva, etc., que muitas vezes se utilizam de formas diferentes de tratamento.
Como ser complexo, o humano abarca todas as visões que foram construídas. Para cada sujeito, determinada linha se adéqua melhor, surte mais resultado, alcança melhor efeito.
Para muitos casos é fundamental se trabalhar em parceria, Psicólogo e Psiquiatra, formando uma rede terapêutica onde o centro é a pessoa, e por isso mesmo, sem o seu comprometimento, nada pode acontecer.
Psicologia e Psiquiatria são ciências, entidades abstratas. Aqui mais uma vez o que faz a diferença são as pessoas, o psicólogo e o psiquiatra sujeitos atuantes, que configuram uma relação que pode ser de colaboração ou de disputa de egos.
Em uma época em que a depressão, o estresse, a angústia e a ansiedade, são palavras comuns no nosso cotidiano, é indispensável desmistificar, esclarecer e aproximar essa práticas, permitindo assim, que o ser humano tenha mais conhecimento sobre o mundo que o cerca, e principalmente, sobre si mesmo. Psicologia e Psiquiatria vias diferentes de intervenção, objetivos similares: saúde das pessoas.

domingo, 12 de julho de 2009

Devaneio

quinta-feira, 2 de julho de 2009

Boas vindas!

Estamos aqui para compartilhar a nossa leitura sobre os diversos temas que perpassam a existência, através das lentes da Psicologia e da nossa vivência enquanto mulheres. Estreamos no teatro do mundo virtual para revelar nosso "ser-no-mundo"...
Sejam bem vindos, participem do nosso palco virtual e entrem nessa dança de possibilidades.

Momento das Artes

Estranha
(Melissa Coutinho)

Eu não te conheço
Não vejo o seu rosto
Não sei o seu cheiro
Ou o seu gosto
Nem mesmo o entorno
Por mais que olhe
Não consigo ver
É sempre um outro rosto que insiste em aparecer
Que tenta me convencer
De que é você
Sem ser
Sinto que...
A cada momento
A mais
Você se desfaz
Quem eu pensava conhecer
Desaparece em pedaços de uma figura
Que não era você
E, à minha frente
Você se refaz
Em alguém que não gosto de ver
Estranha pessoa
Me parece você
E por mais que tente
Ainda não consigo entender

...Projeções...
Certamente elas têm poder
É preciso cuidar
Saber
Para poder prever
Resolver
Com alguém que não é
Quem você pensa saber
No fundo
...sempre
Você


Curador
(Melissa Coutinho)


O curador cura
Ser
Mais que humano
Divinamente humano
Portal
Ponte
No processo de transição entre os mundos
Transmutação
O curador também se cura
Enquanto cura
Duplo processo
Ele guia e é guiado
No processo de auto-conhecimento
Fechando as feridas
Equilíbrio do corpo
Equilíbrio da mente
Equilíbrio na alma
De outros seres
O mesmo Ser
De ambos os seres
Irmãos de jornada
O curador também se machuca
Curador ferido
Por natureza
Humana natureza
Humilde sempre
Com os pés fincados no húmus
Olhos de águia
Força de tigre
E coração leal
Que sempre
Sempre
A cada dia
Lembra do acordo primeiro
De lembrar da fonte infinita
De amor
Que sempre
Sempre
Estará lá
Aqui
Em qualquer lugar
Protegendo
Guiando
E sustentando
A vida