quinta-feira, 16 de julho de 2009

Psicologia e Psiquiatria, coisa de maluco?


Como primeiro texto, pretendemos fazer um breve esclarecimento e suscitar questionamentos a respeito de um tema que consideramos fundamental, a relação entre Psicologia e Psiquiatria.
“Eu não preciso de Psicólogo, isso é coisa para quem não tem o que fazer!” “Psiquiatra é coisa para gente doida!”...
Quem nunca ouviu uma afirmação desse tipo, pelo menos uma vez na vida?
Pois é, lamentavelmente, em pleno século XXI, com tanta informação disponível, ainda há muitas dúvidas a cerca desses profissionais. Como atuam? Em que consiste o tratamento? São algumas das muitas perguntas que cabem nesse contexto.
Em primeiro lugar é necessário diferenciar psicologia de psiquiatria.
A Psicologia vem das Ciências Humanas, surge a partir da Filosofia, e hoje ocupa lugar, às vezes indefinido, sendo em algumas capitais do Brasil, considerada com pertencente à área da saúde. Saúde compreendida não só com um corpo saudável, mas como saúde da pessoa, vista como organismo vivo, em processo, em mudança.
A Psiquiatria pertence ao campo da Medicina, é uma especialidade médica. Interfere no humano via fármacos (remédios), que provocam alterações químicas, e agem nos neurotransmissores, alterando percepções e comportamentos.
A Psicologia se utiliza da relação terapêutica como recurso de tratamento. Produz um espaço onde a pessoa tem a oportunidade de se ouvir, de pensar sobre si, sobre o lhe acontece, de vivenciar sua história em um ambiente seguro e acolhedor. Isso possibilita a implicação no seu processo, se apropriando do seu potencial e responsabilidade pela sua vida, por suas transformações.
De fato, percebe-se que a Psicologia transita entre as Ciências Humanas e da Saúde. Isso configura um dos desafios que permeiam essa área de atuação. Como entender o ser humano: através de seu corpo ou pela sua cultura? Pelos seus sintomas ou pela forma como se estrutura no seu meio?
Atualmente a perspectiva de tratamento caminha para uma integração das diversas dimensões que compõe o ser humano e o seu processo de adoecimento.
Existem muitas correntes teóricas dentro da psicologia: Psicologia Analítica, Gestalt-terapia, Psicanálise, Psicologia Cognitiva, etc., que muitas vezes se utilizam de formas diferentes de tratamento.
Como ser complexo, o humano abarca todas as visões que foram construídas. Para cada sujeito, determinada linha se adéqua melhor, surte mais resultado, alcança melhor efeito.
Para muitos casos é fundamental se trabalhar em parceria, Psicólogo e Psiquiatra, formando uma rede terapêutica onde o centro é a pessoa, e por isso mesmo, sem o seu comprometimento, nada pode acontecer.
Psicologia e Psiquiatria são ciências, entidades abstratas. Aqui mais uma vez o que faz a diferença são as pessoas, o psicólogo e o psiquiatra sujeitos atuantes, que configuram uma relação que pode ser de colaboração ou de disputa de egos.
Em uma época em que a depressão, o estresse, a angústia e a ansiedade, são palavras comuns no nosso cotidiano, é indispensável desmistificar, esclarecer e aproximar essa práticas, permitindo assim, que o ser humano tenha mais conhecimento sobre o mundo que o cerca, e principalmente, sobre si mesmo. Psicologia e Psiquiatria vias diferentes de intervenção, objetivos similares: saúde das pessoas.

2 comentários:

  1. Meninas,
    Adorei o blog de vcs!!!Parabéns pelo texto muito claro e bem escrito!!
    beijos, Bel

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  2. Minhas Queridas,

    Partilho com muito orgulho de mais um desejo de vcs que se transforma em realidade.É muito legal a iniciativa de dividir o conhecimento e de forma tão peculiar.

    Estou ligada nesse blog!

    Beijos e sucesso!!!!!!

    Fau

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